domingo, 15 de abril de 2012

Ditadura do Chile - 30 anos de golpe militar

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o Chile viveu um período de intenso desenvolvimento econômico e industrial baseado em seus minérios. Com isso, atraiu diversas empresas estrangeiras, o que ajudou ainda mais na economia do país.

Na década de 60, a política do Chile estava agitada, os movimentos se dividiam entre os que apoiavam uma revolução como a cubana, ou seja, comunista e os que apoiavam a democracia e as reformas políticas. Nesse mesmo período, o presidente eleito Eduardo Frei defendia um frágil conjunto de reformas que não alcançou os objetivos esperados. Dessa maneira, comunistas e socialistas se uniram no partido Unidade Popular, que acabou elegendo o presidente Salvador Allende. Após décadas de luta e mobilização, os setores de esquerda conseguiram se organizar e eleger uma figura comprometida com as lutas populares da nação.

Como uma de suas primeiras medidas no poder, o presidente Allende seguiu uma política nacionalista e protecionista, e, assim, nacionalizou as empresas estrangeiras que estavam no país. Setores políticos conservadores e as autoridades norte americanas não viram com bons olhos a ação do presidente. 

O governo de Allende teve que enfrentar uma crise do cobre no mercado internacional, que, na época, representava grande parte da economia chilena, o que acarretou uma elevação no preço dos alimentos. Aproveitando a situação desfavorável, os EUA e os conservadores chilenos organizaram várias manifestações contrárias ao governo de Allende.

Em 11 de setembro de 1973, as Forças Armadas do Chile, com grande apoio dos Estados Unidos, organizaram um golpe para depor o presidente Allende, que resistiu de todas as maneiras até que um grupo militar invadiu o Palácio La Moneda e o assassinaram. Com a morte do presidente Allende, os militares,  liderados por Augusto Pinochet, determinaram uma rígida ditadura no Chile.

O governo Pinochet ficou marcado como um dos mais violentos regimes ditatoriais latino-americanos e o governo com maior desrespeito aos direitos humanos. Pesquisas e dados indicam que cerda de 60 mil pessoas foram mortas ou desapareceram e 200 mil pessoas abandonaram o país durante seu governo. Apenas no final da década de 80 as pressões políticas internas e internacionais passaram a criticar e abalar a ditadura chilena. Em 1988, um plebiscito previsto na Constituição negou a renovação do mandato de Pinochet.

No ano seguinte, novas eleições elegeram Patrício Azocar, da frente política oposta, como novo presidente do Chile. Entretanto, Pinochet continuou no poder como chefe do Exército, cargo que deixou em 1998 quando decidiu assumir o posto de senador vitalício.

O Chile então passou a viver um processo de redemocratização caracterizado pela denúncia e punição dos militares envolvidos com crimes políticos. Em uma missão diplomática na Inglaterra, Pinochet teve sua prisão decretada pelo juiz espanhol Baltasar Garzón. O pedido foi acatado pelas autoridades britânicas, porém, quinze meses depois, o ex-ditador conseguiu sua liberdade com um pedido de licença médica. De volta ao Chile, um forte movimento se organizou em favor do julgamento dos crimes políticos ligados à Pinochet.

Em 2002, as autoridades chilenas decidiram arquivar o processo contra Pinochet, alegando seu avançado estado de debilidade física. Pouco tempo depois, o ex-ditador com já 86 anos de idade renunciou a seu cargo, assim saindo de sua vida pública. Em 2004, novas denúncias indicavam a existência de contas secretas multimilionárias onde Pinochet acumulava os recursos provenientes das nações que apoiaram o golpe militar e outras transações ilegais. No final de 2006, Pinochet faleceu sem nunca ser efetivamente condenado pelos crimes que cometeu.

O vídeo do link abaixo explica bem o que houve nessa época:
http://www.youtube.com/watch?v=7vrSq4cievs

Escrito por: Jéssica Portes

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