domingo, 22 de abril de 2012

Deserto do Atacama

   O deserto do Atacama fica no norte do Chile, entre dois rios, Loa e Copiapó, e entre a Cordilheira do Andes. Possui cerca de 200 km de extensão e suas altitudes variam entre 2300m a 6893m.
 
   O deserto do Atacama é o mais alto, mais árido e seco do mundo. Chove muito pouco na região como consequência das correntes marítimas do Pacífico não conseguirem passar para o deserto, por causa de sua altitude. A cordilheira dos Andes atua como uma barreira, impedindo a entrada de umidade que vem do Oceano Atlântico e da região Floresta Amazônica, assim, as nuvens se descarregam antes de chegar ao deserto, podendo deixá-lo durante muito tempo sem chuva. Isso o torna de aridez muito intensa. Na região central do deserto existem regiões que ficam até 4000 anos sem chuva.
 
   As temperaturas no deserto variam muito, podendo oscilar entre 25º e 32º C durante o dia. Durante a noite, a temperatura cai bruscamente, podendo atingir até 25º negativos. Isso acontece, como na maioria dos desertos, porque não há vegetações e construções suficientes que poderiam conservar o calor do dia para o período da noite. Não ocorre muita variação climática entre os períodos do verão e inverno.
 
   As dificuldades de sobrevivência do ser humana são muitas, tornando a região quase totalmente desabitada. O deserto foi habitado primeiramente pelos atacamenhos junto com a civilização dos nativos aymaras. Ambos deixaram um legado inestimável em termos arqueológicos, e, em homenagem a estes povos, surgiu o nome do deserto. Existem importantes manifestações de arte rupestre pré-colombianas na região, e grandes esculturas de figura humana feita na pré-história, como o Gigante do Atacama.
 
   Em função do clima do deserto, existem poucas cidades e vilas nele. A mais conhecida é San Pedro do Atacama que tem aproximadamente 5000 habitantes e está a 2400 metros de altitude. Os antigos instalaram-se lá há 11 mil anos, desenvolveram irrigação e agricultura e domesticaram alpacas e lhamas. Por ser bem isolada é considerada um oásis no meio do deserto e é o principal ponto de encontro dos viajantes.
 
   O deserto é considerado a maior reserva de cobre, lítio, nitrato e iodo do planeta. Lá, são feitas as explorações desses recursos e do ferro. O Chile é um dos maiores produtores de cobre do mundo graças à exploração deste metal na região do deserto do Atacama.
 
   O deserto também chama atenção pela sua beleza natural. Milhões de anos de transformações geológicas deram origem a cordilheiras, vulcões, salares e lagoas. Além disso, possui fauna e flora únicas, que resistem até nas áreas cobertas de sal. Muitos flamingos são encontrados em suas lagoas. Os gêiseres, conhecidos como explosões de água quente de origem vulcânica também são muito apreciados.
 
   O Deserto do Atacama se transformou nos últimos anos num laboratório de testes para futuras viagens a Marte e a Lua, lugares que têm uma paisagem parecida com a da região.
Um dos projetos é a estação de pesquisa Moon Mars Atacama Research Stations (MMARS) e seus estudos servirão de base para detectar microorganismos que vivem em condições extremas. O esperado é transformar o local num centro de referência para pesquisas de instituições internacionais. Ao lado da MMARS será construída a Plataforma Solar do Deserto do Atacama (PSDA), que permitirá desenvolver projetos relacionados à concentração solar num lugar com elevada radiação. Não estão previstas missões importantes para Marte, mas é necessário estar preparado. O robô será testado no Atacama em 2013.



As fotos abaixo são do deserto do Atacama. A primeira mostra o anoitecer no deserto, a segunda representa um gêiser, a terceira mostra a Lagoa Miñiques e a quarta mostra o Vale da Lua.

      
Escrito por: Jéssica Portes

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