segunda-feira, 14 de maio de 2012

Chilenos protestam contra usina na Patagônia após comissão aprovar o projeto


                                                                                                                                                              
          Depois de quase três anos de análise, uma comissão de avaliação ambiental deu a aprovação da construção de cinco represas na Patagônia chilena. A aprovação foi dada no inicio do mês de maio e gerou protestos por todo o Chile. O projeto visa a criação de usinas nos rios Pascua e Baker.

          O projeto é um empreendimento conjunto da empresa espanhola Endesa, que é controlada pela italiana Enel, da empresa chilena Colbún e das empresas australianas Origin Energy e Xstrata Copper. Juntas, estas empresas planejam um investimento de mais de 7 bilhões de dólares. Este capital será destinado ao projeto da construção de três centrais de represamento (Cuervo, Blanco e Cóndor), além de uma extensa linha de transmissão para levar a energia ao centro e norte do país. Em pleno funcionamento, essas três centrais terão capacidade de geração de aproximadamente 1.000 MW.

          A aprovação desse projeto aconteceu em meio a protestos de grupos ambientalistas, que rejeitam as construções na Patagônia chilena, uma zona com grandes reservas de água e natureza quase inexplorada. A Patagônia chilena é um dos últimos territórios virgens do planeta. O turismo, baseado na natureza, é o ponto principal da economia da região. Os que estão a favor do projeto acreditam que este é vital para o desenvolvimento econômico do Chile. Afirmam que a energia hídrica é uma das mais limpas e eficientes, diferente da gerada nas centrais termoelétricas, que se expandiram nos últimos anos no Chile. O projeto foi defendido também pelo presidente chileno, Sebastián Piñera, que o considera necessário para o crescimento econômico do país.

          Pelo menos 30 mil pessoas protestaram pela construção das represas, logo após a confirmação da aprovação do projeto, na noite do dia 13, pelo centro de Santiago até o palácio presidencial de La Moneda. Lá, os manifestantes foram dispersados pela polícia e geraram um grande confronto. A polícia prendeu 67 pessoas, e deixou dezenas de feridos. Segundo a polícia, o movimento foi uma das maiores manifestações dos últimos anos no país.

          “Não é uma catástrofe como estão argumentando. Estão dizendo que a Patagônia vai ser inundada, a paisagem vai ser destruída. Aqui os impactos estão mitigados conforme a legislação vigente”, afirma Michel Moure, chefe de operações da Hidroaysén, que tenta minimizar o impacto do projeto.

          O fato é que as terras serão inundadas. Antonio Horvath, senador da região de Aysén, se colocou contra o projeto. Afirmou que “Querem aproveitar o potencial hidrológico que existe em nossa região e usá-lo para suprir a demanda do norte do país. Isso significa levar energia por vários cabos, o que, olhando de cima, transformaria a zona em uma guitarra elétrica”.

          As obras devem começar em 2014 e, segundo a empresa, as cinco represas da Patagônia vão estar prontas em 15 anos.
          Os vídeos abaixo mostram uma reportagem com um breve discurso do presidente Sebastián Piñera e um vídeo de posicionamento contra o projeto, respectivamente:



Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/2012-05-08/comissao-aprova-construcao-de-hidreletrica-na-patagonia-chilena.html

Escrito por: Jéssica Portes

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